Bacharela em Ciências Econômicas, Licenciada em História pela Universidade Tiradentes, Bacharela em Museologia pela Universidade Federal de Sergipe e Pós Graduada em Educação e Patrimônio Cultural.
Foi coordenadora dos Museus e Patrimônio Documental e Textual da Secretaria de Estado da Cultura de Sergipe entre os anos de 2011 a 2014. Coordenou projetos na área cultural do Tribunal de Contas do Estado de Sergipe. Atuou também como Diretora Técnica do Museu de Arte Sacra de São Cristóvão.
Atualmente exerce a função de Diretora do Memorial do Poder Judiciário e Museóloga da Universidade Tiradentes. Experiência em Museografia e Curadoria de várias exposições. Pesquisa História Cultural com ênfase na área da religiosidade, do artesanato e do patrimônio cultural sergipano.
Bonecas Karajá e Ritxòkò do estado do Tocantins
Os Saberes e Práticas Associados ao Modo de Fazer Bonecas Karajá – patrimônio imaterial inscrito pelo Iphan, em 2012, no Livro de Registro dos Saberes – são uma referência cultural significativa para o povo Karajá e representam, muitas vezes, a única ou a mais importante fonte de renda das famílias. Atualmente, a confecção dessas figuras de cerâmica, denominadas na língua nativa de ritxòkò (na ala feminina) e/ou ritxòò (na ala masculina), é uma atividade exclusiva das mulheres e envolve técnicas e modos de fazer considerados tradicionais e transmitidos de geração em geração. Mais do que objetos meramente lúdicos, as ritxòkò são consideradas representações culturais que comportam significados sociais profundos, reproduzindo o ordenamento sociocultural e familiar dos Karajá. Com motivos mitológicos, de rituais, da vida cotidiana e da fauna, as bonecas karajá são importantes instrumentos de socialização das crianças que se vêem nesses objetos e aprendem a ser Karajá, reebem ensinamentos, conhecem as técnicas e saberes associados à sua confecção e usos.
Por representarem cenas do cotidiano e dos ciclos rituais, elas portam e articulam sistemas de significação da cultura Karajá. A pintura e a decoração das cerâmicas estão associadas, respectivamente, à pintura corporal dos Karajá e às peças de vestuário e adorno consideradas tradicionais. Indicativos de categorias de gênero, idade e estatuto social, a pintura e os adereços complementam a representação figurativa das bonecas, que identificam então “o Karajá” homem ou mulher, solteiro ou casado, com todos os atributos que “a cultura” cria para distinguir convencionalmente essas categorias.
O processo de confecção envolve o uso de três matérias-primas básicas: a argila ou o barro – suù (matéria-prima principal), a cinza (funciona como antiplástico), a água (umedece a mistura proveniente do barro e da cinza). Apesar de guardar algumas especificidades conforme as aldeias de Santa Isabel do Morro ou de Buridina, o modo de fazer ritxòkò consiste, basicamente, na extração do barro, preparação do barro, modelagem das figuras, queima e pintura.
Enquanto o processo (criativo) ocorre por meio de um jogo de elaboração e variação de formas e conteúdos determinado pela experiência, a habilidade técnica e a preferência estética da ceramista pela combinação dos motivos temáticos e diversos padrões de grafismo aplicados, a função do objeto, o acesso às matérias-primas e aos recursos financeiros para compra de materiais, a exigência do mercado interno e/ou externo às aldeias, entre outros.
(Fonte: http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/81)
Cerâmica do povoado de Candeal, no município de Cônego Marinho, norte de Minas Gerais.
Existe, em Cônego Marinho, município criado por desmembramento de Januária, o povoado de Candeal, cuja população feminina dedica-se à modelagem de utensílios domésticos, aproveitando a existência de uma argila com alta qualidade para essa atividade.
As mulheres desenvolveram um tipo de cerâmica, inspirando-se na tradição indígena, para fazer vasilhames que lhes fossem úteis na lida doméstica e em celebrações comunitárias. Como são muito hábeis, receberam apoio do Comunidade Solidária, entre 1995 e 2002.
Esse programa federal procurou capacitar a mão de obra, gerar renda em sistema de cooperativa e valorizar a arte tradicional para elevação da autoestima de artesãos. Foi construído, então, o galpão dos oleiros do Candeal para que as ceramistas trabalhassem com mais conforto e entrosamento, mas ele está ocioso, por morte ou mudança de algumas participantes. Emília Nunes de Souza tem persistido com empenho e coragem, sendo a guardiã do espaço comunitário a poucos metros de sua residência, mas não é fácil escoar a produção e obter renda à altura do trabalho do grupo.
Essas ceramistas são conhecidas por “paneleiras do Candeal”. Suas peças têm estética própria, tornando-se fácil distingui-las em qualquer lugar em que estejam expostas, em meio a outras cerâmicas.
São bules, moringas, travessas, xícaras, jarras e potes de diferentes tamanhos, que registram nitidamente sua regionalidade. Cada oleira criou um signo para ser sua assinatura e permitir a identificação da autora no momento do acerto da venda.
(Fonte: www.otempo.com.br/opiniao/gilda-de-castro/paneleiras-do-candeal-artesas-do-norte-de-minas-1.1266693)
Cuias do Aritapera, do município de Santarém no Pará
No Pará, as cuias de Santarém podem ser facilmente encontradas nos locais onde é servido o tacacá, prato típico da região.
Mas as cuias, feitas a partir do fruto da cuieira, são produzidas para os fins mais diversos; seus diferentes tamanhos e formatos geram tigelas, travessas, farinheiras, jarras, compoteiras, copos, vasos, colheres, maracas e até bolsas. São produzidas quase exclusivamente pelas mulheres que, depois de retirar o miolo, tingem-nas de preto com o uso de resina vegetal e fazem os riscos, incisões ornamentais.
Renda de Bilro, Tradição Familiar Nísia Floresta Rio Grande do Norte
Os bilros são uma espécie de bastões de madeira de aproximadamente 10 cm nos quais enrolam-se as linhas.
Manuseados pelas mãos das rendeiras, é comum os bilros serem utilizados por muitos anos, sendo passados de geração a geração junto com as próprias técnicas.
No município de Nísia Floresta, distante 43km da capital, Natal, a confecção das rendas é uma atividade que persiste há séculos, sendo a comunidade de Alcaçuz uma das poucas do estado que preservam a técnica. Ali, um grupo de 50 artesãs trabalham em conjunto na sede da Associação das Rendeiras.
(Fonte: Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular)
Itaiópolis é um município do planalto norte de Santa Catarina onde podemos encontrar a comunidade de Iracema, fundada nos fins do século XIX por imigrantes ucranianos. A manutenção da tradição ucraniana lá presente é, talvez, a mais forte do Brasil, e nesse contexto a confecção da pêssanka tem papel de destaque.
As pêssankas são basicamente ovos pintados que representam, por meio dos significados contidos nos traços cuidadosamente desenhados – riqueza, saúde, fertilidade, amor etc – aspectos da forte religiosidade dos ucranianos e de seus descendentes.
(Fonte: Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular)
A produção de artesanato brasileiro vai muito além da função de fazer ornamentos para decorar as casas. Os trabalhos dos artesãos e artesãs realizados nos diferentes estados do Brasil têm o grande papel de preservar as tradições dos povos que formam o nosso país.
Incentivar e divulgar o artesanato, é uma maneira de colaboramos para que toda forma de expressão continue existindo e seja conhecida por mais pessoas.
Os vídeos da nossa Mostra foram selecionados pela curadora Sayonara Viana e temos a participação de duas artesãs seguidoras do nosso Instagram que se inscreveram em nossa chamada para mostrar a sua arte.
Você já parou para pensar sobre a origem dos objetos decorativos da sua casa?
Já analisou os objetos expostos nos diversos museus do mundo?
Bacharela em Ciências Econômicas, Licenciada em História pela Universidade Tiradentes, Bacharela em Museologia pela Universidade Federal de Sergipe e Pós Graduada em Educação e Patrimônio Cultural.
Foi coordenadora dos Museus e Patrimônio Documental e Textual da Secretaria de Estado da Cultura de Sergipe entre os anos de 2011 a 2014. Coordenou projetos na área cultural do Tribunal de Contas do Estado de Sergipe. Atuou também como Diretora Técnica do Museu de Arte Sacra de São Cristóvão.
Atualmente exerce a função de Diretora do Memorial do Poder Judiciário e Museóloga da Universidade Tiradentes. Experiência em Museografia e Curadoria de várias exposições. Pesquisa História Cultural com ênfase na área da religiosidade, do artesanato e do patrimônio cultural sergipano.
Bonecas Karajá e Ritxòkò do estado do Tocantins
Os Saberes e Práticas Associados ao Modo de Fazer Bonecas Karajá – patrimônio imaterial inscrito pelo Iphan, em 2012, no Livro de Registro dos Saberes – são uma referência cultural significativa para o povo Karajá e representam, muitas vezes, a única ou a mais importante fonte de renda das famílias. Atualmente, a confecção dessas figuras de cerâmica, denominadas na língua nativa de ritxòkò (na ala feminina) e/ou ritxòò (na ala masculina), é uma atividade exclusiva das mulheres e envolve técnicas e modos de fazer considerados tradicionais e transmitidos de geração em geração. Mais do que objetos meramente lúdicos, as ritxòkò são consideradas representações culturais que comportam significados sociais profundos, reproduzindo o ordenamento sociocultural e familiar dos Karajá. Com motivos mitológicos, de rituais, da vida cotidiana e da fauna, as bonecas karajá são importantes instrumentos de socialização das crianças que se vêem nesses objetos e aprendem a ser Karajá, reebem ensinamentos, conhecem as técnicas e saberes associados à sua confecção e usos.
Por representarem cenas do cotidiano e dos ciclos rituais, elas portam e articulam sistemas de significação da cultura Karajá. A pintura e a decoração das cerâmicas estão associadas, respectivamente, à pintura corporal dos Karajá e às peças de vestuário e adorno consideradas tradicionais. Indicativos de categorias de gênero, idade e estatuto social, a pintura e os adereços complementam a representação figurativa das bonecas, que identificam então “o Karajá” homem ou mulher, solteiro ou casado, com todos os atributos que “a cultura” cria para distinguir convencionalmente essas categorias.
O processo de confecção envolve o uso de três matérias-primas básicas: a argila ou o barro – suù (matéria-prima principal), a cinza (funciona como antiplástico), a água (umedece a mistura proveniente do barro e da cinza). Apesar de guardar algumas especificidades conforme as aldeias de Santa Isabel do Morro ou de Buridina, o modo de fazer ritxòkò consiste, basicamente, na extração do barro, preparação do barro, modelagem das figuras, queima e pintura.
Enquanto o processo (criativo) ocorre por meio de um jogo de elaboração e variação de formas e conteúdos determinado pela experiência, a habilidade técnica e a preferência estética da ceramista pela combinação dos motivos temáticos e diversos padrões de grafismo aplicados, a função do objeto, o acesso às matérias-primas e aos recursos financeiros para compra de materiais, a exigência do mercado interno e/ou externo às aldeias, entre outros.
(Fonte: http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/81)
Cerâmica do povoado de Candeal, no município de Cônego Marinho, norte de Minas Gerais.
Existe, em Cônego Marinho, município criado por desmembramento de Januária, o povoado de Candeal, cuja população feminina dedica-se à modelagem de utensílios domésticos, aproveitando a existência de uma argila com alta qualidade para essa atividade.
As mulheres desenvolveram um tipo de cerâmica, inspirando-se na tradição indígena, para fazer vasilhames que lhes fossem úteis na lida doméstica e em celebrações comunitárias. Como são muito hábeis, receberam apoio do Comunidade Solidária, entre 1995 e 2002.
Esse programa federal procurou capacitar a mão de obra, gerar renda em sistema de cooperativa e valorizar a arte tradicional para elevação da autoestima de artesãos. Foi construído, então, o galpão dos oleiros do Candeal para que as ceramistas trabalhassem com mais conforto e entrosamento, mas ele está ocioso, por morte ou mudança de algumas participantes. Emília Nunes de Souza tem persistido com empenho e coragem, sendo a guardiã do espaço comunitário a poucos metros de sua residência, mas não é fácil escoar a produção e obter renda à altura do trabalho do grupo.
Essas ceramistas são conhecidas por “paneleiras do Candeal”. Suas peças têm estética própria, tornando-se fácil distingui-las em qualquer lugar em que estejam expostas, em meio a outras cerâmicas.
São bules, moringas, travessas, xícaras, jarras e potes de diferentes tamanhos, que registram nitidamente sua regionalidade. Cada oleira criou um signo para ser sua assinatura e permitir a identificação da autora no momento do acerto da venda.
(Fonte: www.otempo.com.br/opiniao/gilda-de-castro/paneleiras-do-candeal-artesas-do-norte-de-minas-1.1266693)
Cuias do Aritapera, do município de Santarém no Pará
No Pará, as cuias de Santarém podem ser facilmente encontradas nos locais onde é servido o tacacá, prato típico da região.
Mas as cuias, feitas a partir do fruto da cuieira, são produzidas para os fins mais diversos; seus diferentes tamanhos e formatos geram tigelas, travessas, farinheiras, jarras, compoteiras, copos, vasos, colheres, maracas e até bolsas. São produzidas quase exclusivamente pelas mulheres que, depois de retirar o miolo, tingem-nas de preto com o uso de resina vegetal e fazem os riscos, incisões ornamentais.
Renda de Bilro, Tradição Familiar Nísia Floresta Rio Grande do Norte
Os bilros são uma espécie de bastões de madeira de aproximadamente 10 cm nos quais enrolam-se as linhas.
Manuseados pelas mãos das rendeiras, é comum os bilros serem utilizados por muitos anos, sendo passados de geração a geração junto com as próprias técnicas.
No município de Nísia Floresta, distante 43km da capital, Natal, a confecção das rendas é uma atividade que persiste há séculos, sendo a comunidade de Alcaçuz uma das poucas do estado que preservam a técnica. Ali, um grupo de 50 artesãs trabalham em conjunto na sede da Associação das Rendeiras.
(Fonte: Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular)
Itaiópolis é um município do planalto norte de Santa Catarina onde podemos encontrar a comunidade de Iracema, fundada nos fins do século XIX por imigrantes ucranianos. A manutenção da tradição ucraniana lá presente é, talvez, a mais forte do Brasil, e nesse contexto a confecção da pêssanka tem papel de destaque.
As pêssankas são basicamente ovos pintados que representam, por meio dos significados contidos nos traços cuidadosamente desenhados – riqueza, saúde, fertilidade, amor etc – aspectos da forte religiosidade dos ucranianos e de seus descendentes.
(Fonte: Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular)
A produção de artesanato brasileiro vai muito além da função de fazer ornamentos para decorar as casas. Os trabalhos dos artesãos e artesãs realizados nos diferentes estados do Brasil têm o grande papel de preservar as tradições dos povos que formam o nosso país.
Incentivar e divulgar o artesanato, é uma maneira de colaboramos para que toda forma de expressão continue existindo e seja conhecida por mais pessoas.
Os vídeos da nossa Mostra foram selecionados pela curadora Sayonara Viana e temos a participação de duas artesãs seguidoras do nosso Instagram que se inscreveram em nossa chamada para mostrar a sua arte.
Você já parou para pensar sobre a origem dos objetos decorativos da sua casa?
Já analisou os objetos expostos nos diversos museus do mundo?