“Ciro Fernandes conquistou o mundo com suas xilogravuras, o artista é inspiração e referência da cultura popular”
Ele saiu do Sertão da Paraíba ainda na década de 60, ganhou São Paulo e depois criou novas raízes no Rio de Janeiro, mais precisamente no bairro da Lapa onde vive. Francisco Ciro Fernandes, o artista Ciro Fernandes é referência quando se fala em xilogravura, sua originalidade também está em quadros, livros, capas de disco e tantos outros trabalhos feitos nos últimos anos. Sua arte é tão ampla que o risco é esquecer de citar alguma coisa.
A cidade natal de Ciro se chama Uiraúna, fica no interior da Paraíba, o sertão seco do nordeste era sua rotina, convivia com os artesãos e o folclore popular o tempo todo, era vizinho de renderas, amoladores de facas e tinha os canaviais como quintal, já que morava num sítio. Quando saiu do estado como fazia muitas pessoas para ganhar a vida, nunca abriu mão dessa cultura, na juventude chegou a ganhar dinheiro em outros trabalhos, mas foi como artista que marcou e vem marcando épocas.
Sua trajetória de vida no Rio de Janeiro encontrou com a Feira de São Cristovão, se sentiu literalmente em casa e começou a fazer capas nos livros de cordel para os poetas conterrâneos, antes as poesias eram ilustradas com fotografias e com simplicidade de Ciro, que nunca cobrou a arte, o cordel ganhou ainda mais a raiz nordestina e ele o prazer de contribuir.
“Ciro faz incisões na alma nordestina, um universo próprio de autencidade e marcada pela originalidade. Ciro aprendeu amar o trabalho artesanal. Sua arte devota até hoje um profundo respeito pelo artesanato anônimo do sertanejo comum”, disse o jornalista José Neumanne Pinto durante uma matéria que retratou o histórico do artista. Ele acrescenta ainda que foi com o Mestre Zé Altino, de João Pessoa, que Ciro revisitou os segredos da xilogravura, que no nordeste é feita de casca de cajá e umburana.
Grandes jornais como O Globo e Jornal do Brasil já receberam as ilustrações de Ciro Fernandes, seus trabalhos passaram por várias agências de publicidade, ilustrou capas de livros de renome como Raquel de Queiroz, deixou sua contribuição em livros infantis, tem uma rua com seu nome, ama escrever poesias e agora se entrega a mais nova paixão: luthier.
O artista se reiventa e vem deixando sua marca, participou de inúmeras exposições de arte no Brasil e no Mundo. Entre tantos feitos em 2009, ganhou o Prêmio Machado de Assis da ABL, Academia Brasileira de Letras, no ano de 2015 teve uma reportagem de capa da revista O Globo, em 2017 participou do documentário da TV Art, Invenções da Alma e em 2018 fez o retorno pra casa, um Monumento na Catedral dos Pássaros, na praça central do Uiraúna, cidade onde nasceu.
Lei a matéria: “Brasis” é representado em xilogravura no Festival Cultural, em Viena
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